Nome: Maria de Lourdes Menezes
Conhecido como: Dona Lourdes
Atividade reconhecida: Artesã de Bonecas
Local e Data de Nascimento: Piaçabuçu, 30/04/1942
Endereço: Largo Santa Terezinha, 92, Paciência, CEP 57210-000
Localidade: Piaçabuçu – Alagoas – Região Sul
Contato: (82) 9142-3828 / 9906-3477
Registro: Livro de Tombo nº 05, à folha 22 frente, a partir de 03 de agosto de 2011, conforme a Lei nº 6.513, de 22 de setembro de 2004, alterada pela Lei 7.172 de 30 de junho de 2010.
Histórico: As mãos de Maria de Lourdes Menezes têm muito a contar. Marcadas pelos sinais do tempo, elas ainda guardam as lembranças do batente nas casas de família de Piaçabuçu e nas plantações de arroz da cidade. O trabalho sempre ajudou no sustento, mas não escondeu o verdadeiro dom: a senhora de 69 anos transforma retalhos e linhas para criar delicadas bonecas de pano.
Foi às margens do São Francisco que a bonequeira profissional – e agora mestra do Patrimônio Vivo de Alagoas – nasceu e iniciou, ainda menina, sua trajetória. A técnica, herdada da avó, foi aperfeiçoada. “As da minha avó eram diferentes, não eram como as minhas. Quando comecei, também não fazia bonecas tão elaboradas. Com o tempo, fui aperfeiçoando cada vez mais”, conta.
A profissionalização veio aos 22 anos, sem ajuda de professores. “Aprendi mesmo sozinha e posso dizer que é um dom que Deus me deu. Tudo que aprendi foi por vontade própria, até porque, naquela época, não tinha quem ensinasse”, conta a artesã. Hoje, no entanto, a realidade é bem diferente: ainda às margens do rio, a até então única artista de bonecas da região não só vende sua produção, como também divide o conhecimento com as mulheres do local.
Os ensinamentos são repassados em oficinas da ONG Velho Chico, que tem ajudado a mestra Lourdes em seu trabalho. Algumas das alunas já estão formadas e levando a arte adiante. As bonecas fabricadas pela mestra e suas pupilas são vendidas na instituição e em lojas da cidade a valores que variam de R$ 3,00 – as do tipo chaveirinho – a R$ 50,00, as maiores. “A demanda é tanta que temos trabalhado sob encomenda, pois não conseguimos suprir as vendas”, diz um dos responsáveis pela Velho Chico, Jaziel Martins.
Fonte: Matéria publicada no Jornal Aqui Acontece - versão on line em 24/08/2011- Agência Alagoas